(Milton Nascimento e Fernando Brant)
Mande notícias do mundo de lá diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar tô chegando
Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero
Todos os dias é um vai e vem
a vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir
são só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
é a vida desse meu lugar
é a vida desse meu lugar
é a vida...
A vida, com seus encontros e despedidas, com suas idas e vindas e todas as pessoas no meio dessa estrada, dessa viagem, dessas esperas.
A vida, com seus encontros e despedidas, com suas idas e vindas e todas as pessoas no meio dessa estrada, dessa viagem, dessas esperas.
Algumas deixam para pegar o próximo e dormem nos bancos da estação; outras, não aguentando mais esperar o seu comboio, partem com aquele que já está na plataforma, acotovela-se, espreme-se, enfia-se em meio à multidão desconhecida.Aquele não era o seu trem. Sente-se estranho, sente-se fora do ninho. Sente-se só.
Mas, no bilhete da passagem não está indicado o número correto do trem, nem seu objetivo, e vamos nos deixando levar para destinos obscuros. De tal sorte que às vezes não nos reconheçamos em nós, caímos em crises de identidade e incertezas sobre as próprias capacidades.
Então, com os conhecimentos adquiridos, por liberalidade do destino ou não, pensamos ser úteis para alguma coisa e mais e mais estudos que não nos levam a lugar nenhum. Como o trem em que embarcamos, dá rodeios e sempre volta ao mesmo lugar. Cíclico e certo.
Com isso, concluo que o trem anda, anda, anda e sempre retorna ao mesmo lugar.É a vida desse meu lugar, é a vida desse meu lugar, é a vida..."
É a vida desse meu lugar, é a vida desse meu lugar, é a vida..."
E assim vou traçando um paralelo com a minha própria vida, de partidas e chegadas sempre ao mesmo lugar. Como um livro com capa dura, que resiste ao tempo; mas, com muitas páginas ainda em branco. Esperando para serem escritas. Cadê o lápis, a caneta, a pena? Sem pena.
DG
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DG
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