o risco do amor, de deixar o outro entrar, é que, uma vez dentro, ele pode...
pode te ferir, pode usar o espaço que o afeto cedeu pra machucar...
é, pode acontecer e acontece... porque as pessoas são frágeis, porque
falamos de amor, mas ñ estamos prontos para ele.
mas, então... que fazer?
deixar de correr o risco? deixar de abrir o peito? esquivar-se do
gume que te fará jorrar sangue? não.
deixemos a dor cumprir-nos no tempo e não recuemos...
antes doer-se inteiro que anestesiar-se à custa da mediocridade.
apequena-se quem aproveita o amor para ferir, apequena-se...
mas... só sabe amar deste modo. Então...
Por Alessandra Soares Cantero
(reflexão que fiz após ler o post da minha amiga Alessandra acima)
como muita coisa nesse mundo vai mudando, alterando, perdendo e ganhando conotações, perdendo e ganhando terrenos estranhos...
o amor, essa pequenina palavra bem equilibrada entre consoantes e vogais, morfologicamente tão comum, que começa com os lábios separados de si para se fechar na conclusão, ficando apenas um ruído surdo ao fim... (quase representa o sentido que se lhe dão os humanos)
amor é uma palavra e como tal deveria expressar um sentimento... não o faz.
não é culpa sua. não!
ela não tem culpa de ter sido criada. os homens geram filhos e não os orientam... o amor não foi orientado.
mas, como palavra de vida pública que é, todos fazem dela o uso que melhor lhe convier... e muitas, muitas vezes, convém apenas àquele que dela se apropria.
apropriar-se de uma 'palavra'? não! apropriar-se do que para ele - o sujeito - acredita que ela traduza ou expresse.
esse amor, apropriado, não deveria se chamar amor. Expropriam-na daquela que deveria ser sua única significação. podia chamar-se qualquer coisa. não amor.
ou então, para o 'amor' tal qual eu penso é que deveria receber nome novo.
o amor dói quando não é amor, mas quando é empréstimo.
se o indivíduo entrega o que tem de mais precioso para o outro tomar conta - para apenas tomar conta! - ficará, incontinênti, cioso daquilo.
procurará vigiar, espiar sempre, exigirá balanços periódicos, satisfações dos atos impingidos àquilo que ao outro entregou com temor.
mas, temos já muito bem debatido e concluído que pessoas se unem a pessoas com interesses afins. e quem entrega o que de mais valioso possui a outro acreditando que o outro lhe cuidará com zelo tal como ele próprio o faria, esquece-se, muita vez, ignora completamente que o outro também possui algo muito valioso para o qual dispensará mais atenções.
amor não deveria ser assim.
amor é doação, é entrega, é dar ao outro aquilo que ao outro fará bem. se ele não usar de conformidade para a sua própria alegria, ele perderá a oportunidade única de ser feliz.
amores - tal como se pensa que o são - vêm e vão. o tempo todo passam pelas janelas de nossas existências. alguns entram e sentam conosco na sala de estar. poucos dividem nossas intimidades e nos acompanham para a cozinha ou outro lugar mais aconchegante. muito poucos ainda o merecem.
o amor - o que deveria ser o verdadeiro - é universal e está representado na doação que Deus nos fez ao conceder-nos a vida. o que fazemos dela, é responsabilidade nossa. Mas Ele não nos desacompanha. Se lhe darmos as costas, Ele ainda cuidará para que não sejamos atacados por traição. Se lhe negarmos o amor, ainda assim Ele não se machucará, porque o amor - esse sim - é maior que os sentimentos mesquinhos da posse e da exclusividade.
DG
.
O problema amados é que sexo e querer não é amor...e a palavra amor vc leva uma vida inteira para entender e uma vida é muito tempo não cabe num post.
ResponderExcluirAbraços amados a todos