quinta-feira, 3 de março de 2011

Um pouco mais de Clarice...

"Agora preciso de tua mão,
não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
...Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor."
Clarice Lispector

Quando não é mais por nós que estendemos a mão, mas pelo outro, aí começamos a entender o amor, a entrega, a doação.
Porque o queremos bem.

Mas, por efeito colateral, sabe-se que ao estender suas mãos àquele a quem se ama, esse nada precisará fazer e então cairá na 'solidão' de não ter por quem lutar... tsc! tsc! tsc! Infelizes os que pensam e agem dessa maneira.
Esse é o grande mal dos amados que sabem que são amados: acreditar que o amor que vem basta-se.
A flor oferece seu aroma e cor enquanto puder tirar de algum lugar os nutrientes necessários à sua sobrevivência. Depois, quando suas energias e suas fontes se esgotarem, não havendo sequer quem se perceba disso, ela inevitavelmente definhará e morrerá. Então será tarde.

Todavia, há sempre um tempo para todas as coisas e também haverá o tempo de se notar que algo não anda bem. Com olhos bem abertos, todos serão capazes de encontrar motivações suficientes para dar-se conta do que está para perder e tentar corrigir. Se nada fizer, não merecerá conquista nenhuma... então será realmente tarde demais.


DG
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